Visite Também

Visite também o Conexão Serrana.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Eleições 2012



Neves: esperando as dicas dos jornalões?
A chamada oposição parece ter desistido. Com a mídia fazendo o papel de partido político até mesmo Aécio Neves - aposta maior da direita na tentativa de desbancar o petismo - está com as barbas de molho.


Manifestações de deputados e senadores sobre o julgamento do chamado “mensalão” praticamente desapareceram da mídia. Deputados e senadores ávidos por espaço estão agora nas sombras.


É possível que os políticos de oposição sejam mais espertos (ou menos arrogantes) que jornalões e TVs e estejam olhando para o futuro. Afinal a condenação que se afigura (a matéria está sendo escrita na terça-feira 28 de agosto) de políticos do PT & aliados, pode abrir precedentes.


Em primeiro lugar, políticos e pelo menos parte do governo Dilma, que pregam abertamente o financiamento público das campanhas eleitorais podem sair fortalecidos do episódio.


A democratização seria um desastre para boa parte dos políticos de hoje, acostumados terem suas campanhas irrigadas - dentro da lei e através do caixa dois - por empresas e grupos que representam no Congresso.


Em segundo lugar os que torcem pela condenação dos petistas & associados, acabam com a pulga atrás da orelha, já que as práticas que estão sendo julgadas no STF são largamente usadas por eles.


É possível que depois do tucano mineiro Eduardo (...) o primeiro a ser beneficiado pelo chamado valerioduto, se sigam outros nomes envolvidos nesse tipo de maracutaia.


A pressão feita pela mídia - Rede Globo criou vinhetas especiais para o noticiário do “mensalão” - parece que vai definhando diante do desinteresse da grande maioria da população sobre o assunto.


A mídia pode comprometer – e está fazendo isso todos os dias – sua credibilidade, mas para os políticos determinadas atitudes podem ser fatais. A regra vale também para os ministros do STF e poucos vão se expor a uma decisão política que pareça política.


O eleitor pode interpretar a posição de jornalões e TVs como fato político, mas pode achar que a tentativa de desestabilizar o governo do PT represente um retrocesso e sua pior conseqüência: a volta do desemprego, marco em torno do qual se fixam as intenções do governo.


A criação do "mensalão" e o julgamento dos supostos implicados era, na opinião dos magos da mídia oposicionista, a arma perfeita para produzir resultados eleitorais favoráveis. Não é.


O "mensalão" com todos os esforços feitos pela TV Globo, O Globo, Folha, Estadão, Veja & outros com menos votos só comovem setores da sociedade que já estão na oposição e que qualquer que seja o resultado, continuarão onde estão.


Quanto aos milhões de pessoas que tiveram suas vidas mudadas pelas últimas administrações, não estão nem aí. Primeiro nenhum desses novos membros da classe média C – cada vez mais paparicada pelo comércio em todo o Brasil – lê O Globo, a Veja ou a Folha de São Paulo.


Em segundo lugar essas pessoas desconfiam que a mudança de gestão possa fazê-los retornar à condição em que viviam cinco ou seis anos atrás. Ou até menos que isso.


É um temor até certo ponto injustificado porque mesmo que a oposição chegue ao poder, pouco poderá fazer para voltar no tempo e reverter à política econômica aos tempos do neoliberalismo de FHC.

Texto: José Attico

Nenhum comentário:

Postar um comentário