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terça-feira, 11 de junho de 2019

Por que só agora?




A pergunta é: por que toda a farsa montada pela dupla Moro/Dallagnol só agora veio a público?

(É claro que só mesmo os desconectados com a realidade e fascistas de carteirinha acreditavam que o impeachment de Dilma Rousseff, e a cassação da candidatura de Luis Inácio Lula da Silva não fossem um movimento político).

Mas por que só agora a farsa começa a ser desmontada? É simples. A destruição do PT, um dos objetivos da classe dominante não deu o resultado esperado.

Ao invés de aumentar a popularidade já combalida dos conservadores do PSDB, a farsa fez vencedor das eleições de 2018 um candidato, que prometia, através de uma postura tendente a ditatorial, acabar com as mazelas da recessão que acomete o país nesse momento.

Deu certo para segmentos com menor possibilidade de digerir informações. Acossados pelo aumento da violência setores da baixa classe média e moradores de comunidades apoiaram a solução de mais violência contra o banditismo.  

A classe dominante não perdeu tempo. Depois do frustrante 1º turno passou a apoiar, sem tergiversações o candidato da direita radical, esperançosa de que os custos de uma eventual recuperação da economia fossem lançados nos ombros dos pobres e da pequena classe média.

A verdade é que a classe dominante e grupos de direita nascidos da recessão não tem a menor ideia de como tirar o Brasil do atoleiro. Embarcaram na reforma da Previdência - um presentão oferecido aos banqueiros - porque não viam alternativa a vista.

(A bem da verdade desconfiam que a saída para a crise passe pela redução das desigualdades, com o consequente crescimento do mercado interno. Mas como herdeiros diretos dos “Homens de Grossa Aventura” que aqui chegaram com D. João VI, tem dificuldades com pautas inteligentes).   

Não há a menor possibilidade de uma reforma da Previdência tirar o Brasil do atoleiro. Não há qualquer conexão entre uma coisa e outra.

Como propaganda a reforma é parecida com a salvação do país proposta por Collor de Melo nos anos 90, com sua campanha de “caça aos marajás”.

Como Collor que confiou em Zélia Cardoso de Mello, - uma personagem surgida na campanha presidencial e que, na falta de alguém com um mínimo de competência, acabou ministra da Fazenda - Jair Bolsonaro agarrou-se a figura de Paulo Guedes, uma Zélia de calças compridas, também desconhecido do respeitável público.

Passados pouco mais de cem dias a classe dominante começou a ver que as coisas não eram como pensavam ao apoiar Bolsonaro. Logo logo começou a ficar claro que o presidente eleito não tinha um mínimo de capacidade para gerir uma economia grande e complexa como a brasileira.

Governar para Bolsonaro é, única e exclusivamente, deletar tudo o que o PT fez em seus mais de 12 anos à frente do Executivo. E só. O capitão Jair, aliás, sabe que é perfeitamente incapaz de gerenciar o Brasil. Já disse isso mais de uma vez, lembrando que foi Deus que o colocou na cadeira presidencial e que seu desejo real era ser militar etc, etc.

O problema é que a série de imbecilidades cometidas até agora estão reduzindo as possibilidades de aprovação da reforma, mesmo desfigurada por deputados e senadores, também eles sabedores das extremas limitações do capitão.

Diante desse quadro e na impossibilidade de conseguir impor a reforma da Previdência, a classe dominante parece não ter outra alternativa senão substituir o presidente pelo vice Hamilton Mourão.

Antes que a derrubada seja feita pelas manifestações de rua.

O primeiro passo foi observar passivamente a divulgação das manobras da dupla Moro/Dallagnol.  Globo, Folha & assemelhados abriram espaço, generoso, para as matérias do site Intercep.

Moro é o principal fiador da aventura bolsonarista e sem ele, que é ainda mais popular que o presidente, as coisas se complicam.

Pode ser um tiro no pé. Porque a queda de Bolsonaro não necessariamente vai colocar na presidência um nome conservador do PSDB.

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