Visite Também

Visite também o Conexão Serrana.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Mais uma do Jair




O presidente Jair Bolsonaro exonerou os onze integrantes do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à tortura, sinalizando que a prática utilizada, geralmente, contra jovens pretos e pobres nas delegacias Brasil afora está digamos... liberada.

Mas atenção: as classes médias bolsonaristas vão precisar ficar mais atentas ao comportamento de seus rebentos. Isso porque a polícia agora vai ampliar o leque dos que “podem” ser... digamos "tratados sem maiores deferências". Incluindo aí a garotada petulante que costuma desafiar os homens da lei, lembrando que são filhos de gente bem postada nas hierarquias da república, que a família tem dinheiro, etc, etc.

Mudando de assunto, pessoas já falecidas da minha família, família conservadora é bom que se diga, atribuíam a Washington Luis (1896/1957) a frase: “governar é abrir estradas.” Não tenho certeza de que o candidato eleito à presidência da República em 1926 e derrubado pela Revolução de 30 seja realmente o autor da afirmação, mas vou me servir dela para tentar jogar uma luz sobre a situação atual.

Para o capitão Jair, “governar é deletar o PT”. Faz sentido, porque enquanto o país afunda numa recessão que vai durar alguns anos, ao invés de tentar buscar soluções, o presidente se mostra muito preocupado com remoção de radares nas estradas, extinção de sanções a motoristas que conduzem crianças sem uso da cadeirinha e a motociclistas sem capacete, fim da legislação contra desmatadores, apoio a liberação da caça, corte nas verbas para universidades e dezenas de outras medidas atribuídas à lavra dos petistas.

Que o capitão não tem a mínima condição de gerenciar o país, todos já estamos cansados de saber. Ele mesmo já disse que gostaria de seguir a carreira militar mas, infelizmente, foi impedido depois que apresentou um plano terrorista para intimidar esquerdistas & afins. Seus superiores não gostaram muito e, gentilmente, defenestraram Jair que... virou deputado.

A série de imbecilidades protagonizadas nos seus pouco mais de 100 dias de governo, a qualidade de seus auxiliares diretos - Moro, seus “conjes”, e sua promiscuidade com Procuradores da Lava Jato, Weintraub, o gourmet capaz de ler nas entrelinhas de uma Kafta e a senhora Damares e suas audiências com Jesus Cristo - sugerem que o governo está à deriva e dificilmente conseguirá emplacar a pauta de Paulo Guedes.

Mas é bom lembrar aos oposicionistas de todos os matizes: não saiam por aí comemorando. Sai Jair Bolsonaro, entram Hamilton Mourão e a rapaziada do PSDB. Sai um imbecil, entra um militar conservador, capaz de continuar a conduzir, sem sustos, a pauta da classe dominante.


Nenhum comentário:

Postar um comentário