O presidente Jair Bolsonaro exonerou os onze integrantes do
Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à tortura, sinalizando que a prática utilizada, geralmente, contra jovens pretos e pobres nas delegacias Brasil afora
está digamos... liberada.
Mas atenção: as classes médias bolsonaristas vão precisar
ficar mais atentas ao comportamento de seus rebentos. Isso porque a polícia agora
vai ampliar o leque dos que “podem” ser... digamos "tratados sem maiores deferências". Incluindo
aí a garotada petulante que costuma desafiar os homens da lei, lembrando que
são filhos de gente bem postada nas hierarquias da república, que a família
tem dinheiro, etc, etc.
Mudando de assunto, pessoas já falecidas da minha família,
família conservadora é bom que se diga, atribuíam a Washington Luis (1896/1957)
a frase: “governar é abrir estradas.” Não tenho certeza de que o candidato
eleito à presidência da República em 1926 e derrubado pela Revolução de 30 seja
realmente o autor da afirmação, mas vou me servir dela para tentar jogar uma
luz sobre a situação atual.
Para o capitão Jair, “governar é deletar o PT”. Faz sentido,
porque enquanto o país afunda numa recessão que vai durar alguns anos, ao invés
de tentar buscar soluções, o presidente se mostra muito preocupado com remoção
de radares nas estradas, extinção de sanções a motoristas que conduzem crianças
sem uso da cadeirinha e a motociclistas sem capacete, fim da legislação contra desmatadores,
apoio a liberação da caça, corte nas verbas para universidades e dezenas de
outras medidas atribuídas à lavra dos petistas.
Que o capitão não tem a mínima condição de gerenciar o país,
todos já estamos cansados de saber. Ele mesmo já disse que gostaria de seguir a
carreira militar mas, infelizmente, foi impedido depois que apresentou um plano
terrorista para intimidar esquerdistas & afins. Seus superiores não
gostaram muito e, gentilmente, defenestraram Jair que... virou deputado.
A série de imbecilidades protagonizadas nos seus pouco mais
de 100 dias de governo, a qualidade de seus auxiliares diretos - Moro, seus
“conjes”, e sua promiscuidade com Procuradores da Lava Jato, Weintraub, o
gourmet capaz de ler nas entrelinhas de uma Kafta e a senhora Damares e suas
audiências com Jesus Cristo - sugerem que o governo está à deriva e
dificilmente conseguirá emplacar a pauta de Paulo Guedes.
Mas é bom lembrar aos oposicionistas de todos os matizes:
não saiam por aí comemorando. Sai Jair Bolsonaro, entram Hamilton Mourão e a
rapaziada do PSDB. Sai um imbecil, entra um militar conservador, capaz de continuar
a conduzir, sem sustos, a pauta da classe dominante.
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