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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Bolsonaro por ele mesmo




Deu no G1

‘A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou uma nota nesta quinta-feira (15) na qual informou que a saída de cubanos do programa Mais Médico afetará 28 milhões de pessoas.

Nesta quarta (14), o presidente eleito Jair Bolsonaro informou que o governo cubano decidiu deixar o programa por não concordar com testes de capacidade.

O Ministério de Saúde Pública de Cuba, contudo, informou ter tomado a decisão em razão de "declarações ameaçadoras e depreciativas" de Bolsonaro. Em agosto, ainda em campanha, Bolsonaro declarou que "expulsaria" os médicos cubanos do Brasil’.



Pois é. Finalmente Bolsonaro pôde ser Bolsonaro. Livre dos encontrões que o levaram a, aparentemente, desistir de mudar para Jerusalém a embaixada brasileira em Israel (advertido pelos pecuaristas de que o mundo árabe é grande comprador da carne gerada nas fazendas do Brasil), levado a dar meia volta volver na pretensão de simplesmente sumir com os ministérios do Trabalho e Meio Ambiente (não vão perder o status de ministério, segundo o próprio, mas serão agregados com o ameaçador estigma do & (Agricultura & Meio Ambiente, Cidadania & Trabalho ou alguma coisa parecida, que o Paulo Guedes vai decidir nos próximos dias)). Neste caso as pressões aparentemente vieram de fora.

Então, enfim desde que ganhou a eleição, Bolsonaro conseguiu ser o Bolsonaro que a mídia fazia questão de desenhar.

O presidente eleito tentou, numa pirueta complicada, passar a bola da expulsão para os próprios cubanos – ainda que contrariando, de novo, o estilo Bolsonaro! Não deu certo, mas assim mesmo os médicos já vão começar a tomar o caminho de volta para a ilha caribenha, deixando a rapaziada que mora nos chamados cafundós sem assistência médica. Ou tendo que andar uns 20, 25 quilômetros a pé para encontrar outro posto de saúde habitado.

Como os editais oferecendo vagas para médicos brasileiros - que com poucas exceções já não aceitaram trabalhar em locais onde o simpático Judas perdeu suas botas (alguém se lembra desse velho ditado?), a coisa tende a se complicar para quase dez por cento da população deste país chamado Brasil.

Bom, quanto a esses 28 milhões de pobres, alguns deles fervorosos bolsonaristas, que vão ficar sem assistência médica, não é  problema para um presidente oriundo das classes médias que buscou sua assunção a um status mais elevado através de práticas racistas, homofóbicas, antifeministas (lugar de mulher é na cozinha, porra!) e se deu muito bem. Os pobres que se virem. (Ou será que o Paulo Guedes tem como resolver isso também)?

Bolsonaro, que agradece todos os dias a Jesus a vitória nas eleições (ele mesmo disse que não é o mais capacitado, mas Deus simplesmente o colocou lá!), é bom que a gente se lembre, ganhou limpamente as eleições para a presidência com a bagatela de 55 milhões de votos contra 44 de seu adversário do PT, num cenário em que  mais de 20 milhões de eleitores preferiram a velha máxima do governador da Judéia, Pôncio Pilatos, e lavaram as mãos diante de uma decisão que, não sabem, mas vai afetar profundamente suas vidas.

José Attico em16/11/2018

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