Deu
no G1
‘A
Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou uma nota nesta quinta-feira
(15) na qual informou que a saída de cubanos do programa Mais Médico afetará 28 milhões de pessoas.
Nesta
quarta (14), o presidente eleito Jair Bolsonaro informou que o governo cubano decidiu deixar o programa
por não concordar com testes de capacidade.
O
Ministério de Saúde Pública de Cuba, contudo, informou ter tomado a decisão em
razão de "declarações ameaçadoras e depreciativas" de Bolsonaro. Em
agosto, ainda em campanha, Bolsonaro declarou que "expulsaria" os
médicos cubanos do Brasil’.
Pois é. Finalmente Bolsonaro pôde ser Bolsonaro. Livre dos encontrões
que o levaram a, aparentemente, desistir de mudar para Jerusalém a embaixada
brasileira em Israel (advertido pelos pecuaristas de que o mundo árabe é grande
comprador da carne gerada nas fazendas do Brasil), levado a dar meia volta
volver na pretensão de simplesmente sumir com os ministérios do Trabalho e Meio
Ambiente (não vão perder o status de ministério, segundo o próprio, mas serão
agregados com o ameaçador estigma do & (Agricultura & Meio Ambiente,
Cidadania & Trabalho ou alguma coisa parecida, que o Paulo Guedes vai
decidir nos próximos dias)). Neste caso as pressões aparentemente vieram de
fora.
Então, enfim desde que ganhou a eleição, Bolsonaro conseguiu
ser o Bolsonaro que a mídia fazia questão de desenhar.
O presidente eleito tentou, numa pirueta complicada, passar
a bola da expulsão para os próprios cubanos – ainda que contrariando, de novo,
o estilo Bolsonaro! Não deu certo, mas assim mesmo os médicos já vão começar a tomar
o caminho de volta para a ilha caribenha, deixando a rapaziada que mora nos
chamados cafundós sem assistência médica. Ou tendo que andar uns 20, 25
quilômetros a pé para encontrar outro posto de saúde habitado.
Como os editais oferecendo vagas para médicos brasileiros -
que com poucas exceções já não aceitaram trabalhar em locais onde o simpático
Judas perdeu suas botas (alguém se lembra desse velho ditado?), a coisa tende a se
complicar para quase dez por cento da população deste país chamado Brasil.
Bom, quanto a esses 28 milhões de pobres, alguns deles
fervorosos bolsonaristas, que vão ficar sem assistência médica, não é problema para um presidente oriundo das classes médias que buscou sua
assunção a um status mais elevado através de práticas racistas, homofóbicas,
antifeministas (lugar de mulher é na cozinha, porra!) e se deu muito bem. Os
pobres que se virem. (Ou será que o Paulo Guedes tem como resolver isso também)?
Bolsonaro, que agradece todos os dias a Jesus a vitória nas
eleições (ele mesmo disse que não é o mais capacitado, mas Deus simplesmente o
colocou lá!), é bom que a gente se lembre, ganhou limpamente as eleições para a
presidência com a bagatela de 55 milhões de votos contra 44 de seu adversário
do PT, num cenário em que mais de 20 milhões de eleitores preferiram a velha máxima do governador da
Judéia, Pôncio Pilatos, e lavaram as mãos diante de uma decisão que, não sabem,
mas vai afetar profundamente suas vidas.
José Attico em16/11/2018
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