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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Cinco ultrarricos têm riqueza igual à metade do Brasil, aponta relatório




Se a alta recorde das principais bolsas do mundo parece ter empurrado boa parte dos novos bilionários de 2017 para o topo do topo da pirâmide socioeconômica global, no Brasil outros fatores tendem a influenciar mais nossa desigualdade de riqueza.

O país ganhou 12 novos bilionários em 2017, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (22) pela ONG britânica Oxfam. Hoje, eles somam 43 ultrarricos. Cinco deles têm riqueza igual à da metade da população brasileira. O país foi apontado por diversos estudos como um dos mais desiguais do mundo.

No ano passado, 233 pessoas no mundo todo entraram para o clube dos bilionários do mundo, onde já havia 1.810 ultrarricos. Nove a cada dez deles são homens, 43 são brasileiros. O relatório global da Oxfam aponta que cerca de um terço das fortunas dos bilionários do mundo provém de heranças ou de relações entre empresários e governos.
Os dois fatores parecem operar por aqui. No Brasil, as alíquotas de imposto sobre herança chegam no máximo a 8%, quando no Reino Unido, por exemplo, podem atingir 40%.

Peça-chave na promoção da desigualdade é o sistema tributário regressivo, que penaliza o consumo, portanto, os mais pobres, mas tem tributação menor para lucros e dividendos e artigos de luxo, como jatos, iates e helicópteros.
Com isso, os 10% mais pobres do país gastam 32% de sua renda em tributos, a maior parte deles indiretos (sobre bens e serviços), e os 10% mais ricos gastam 21%.

Para o economista Sérgio Firpo, professor do Insper, o debate sobre os bilionários tem outro contorno no Brasil.

"Nossa desigualdade é mais ligada a problemas estruturais, como falta de educação pública de qualidade e o fato de os servidores públicos, ativos e inativos, ganharem muito mais que o restante da população", diz. "Além disso, gênero, cor de pele e região do país mudam o acesso a oportunidades."

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