Deu no jornal:
Julgamento patético |
A ação penal apura a responsabilidade de 38 réus no suposto esquema de compra de apoio político durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para que a ação entre na pauta de julgamentos, falta somente a liberação do processo pelo ministro revisor, Ricardo Lewandowski.
Pois é. Os ministros do STF devem estar tentando tirar coelhos da cartola para provar que gente como José Genoíno e outros petistas de carteirinha precisavam de “estímulos” para votar a favor de projetos de lei & assemelhados com origem no Palácio do Planalto, durante a era Luiz Inácio Lula da Silva.
É complicado. Por mais que o dinheiro tenha origem espúria, o pretexto soa como solução montada em cima do fechamento da edição do jornal, quando as informações que chegam à redação estão incompletas. Como não há tempo de apurar melhor por causa do chamado “adiantado de hora”, a coisa vai assim mesmo.
Obviamente a escolha não foi das mais sensatas, mas a mídia insistiu na tese e agora os ministros não sabem como explicar ao respeitável público que, embora o dinheiro seja espúrio, não se relaciona com a aprovação de projetos & assemelhados de interesse do governo.
Outro problema: como revelar os nomes de empresas que passaram dinheiro do Caixa Dois aos beneficiários do mensalão? Até agora os Correios e a Usiminas foram listados, mas, é claro, que outras pessoas jurídicas já apareceram nas investigações.
A prática de bancar campanhas para a Câmara, Senado, governos de estados, prefeituras, assembléias legislativas, com grana do Caixa Dois é tão antiga quanto andar pra frente.
É possível que adiar o julgamento do processo tenha relação direta com o aparecimento dos doadores do “mensalão”. No Brasil os corruptos acabam nas barras do tribunal (mas pouca gente vai realmente presa), mas os corruptores nem mencionados são.
Vai ficar difícil o STF apontar quem recebeu dinheiro espúrio sem dizer quem o colocou em envelopes e cuecas suspeitas.
Texto: José Attico
Texto: José Attico
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