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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O PT de Teresópolis e os rumos da administração municipal



Sedlacek: na mira do PT local?
O diretório do PT de Teresópolis esteve reunido ontem (7) no sindicato dos bancários, para decidir que postura assumir em relação a fatos novos, surgidos durante as últimas semanas, na administração do prefeito Jorge Mario.  

Ao final da reunião ficou decidido que o partido vai emitir, nos próximos dias, nota marcando posição diante de coisas como a nomeação de Fernando “Bolo Fofo” para um cargo na prefeitura, a demissão, a pedido, da secretária do Orçamento Participativo, Denise Lobato e a discussão pela imprensa entre o prefeito e o deputado Nilton Salomão sobre o papel da Cedae na cidade.


Como estão as relações entre o prefeito Jorge Mario e o partido que o elegeu depois da reunião do diretório? Visto de fora há duas posições mais ou menos claras: alguns militantes querem o rompimento imediato com a prefeitura; outro grupo prefere tentar, junto ao executivo, algumas mudanças, que aproximem a administração municipal “do modo petista de governar”. 
De qualquer modo, pelas esquinas e em bate-papos informais pouquíssimos são os militantes do Partido dos Trabalhadores satisfeitos com os rumos tomados pelo prefeito de Teresópolis.

 A recente nomeação de Fernando “Bolo Fofo” - o que parece sinalizar uma tentativa de aproximação com o ex-prefeito Mario Tricano - irritou os quadros do PT.

 Essa aproximação viria na esteira do projeto político de Jorge Mario que já se compôs formalmente como PDT (os trabalhistas ficaram com a secretaria do Trabalho) e o PMDB (com a secretaria de Esportes).

“Nada contra os dois partidos que a nível nacional fizeram parte da base política do governo Lula e continuam agora com a presidente Dilma Rousseff”, lembram membros do partido. Mas o PT acha que deveria ser ouvido.

Uma futura composição com Mario Tricano é inadmissível, segundo a visão desses petistas, alguns da direção partidária. Essa unanimidade acontece apesar das divergências no interior do PT e que afloram a cada nova decisão do prefeito.

O vereador Cláudio Mello contou, no final de semana, que soube pelos jornais locais da nomeação do novo secretário de esportes.

Por outro lado muitos dos moradores de Teresópolis se perguntam qual será a serventia de uma secretaria de Ciência e Tecnologia, criada para acomodar o ex-secretário de Esportes José Leandro Aschar.

É bom lembrar que, a guisa de reduzir custos, o prefeito Jorge Mário extinguiu secretarias e retirou vantagens embutidas nos rendimentos de funcionários contratados ou que ocupam os chamados cargos de confiança.

 É possível que a estratégia do prefeito de Teresópolis seja, como já aconteceu no caso da Câmara, colocar em funcionamento um rolo compressor que possa cooptar a maior parte da oposição e inibir qualquer ação no interior do partido que o elegeu.

 Jorge Mario pode, ainda segundo petistas falando informalmente, estar prevendo (e quer evitar) uma possível rebelião gestada no PT. Para isso, vai angariando outros apoios na sua futura tentativa de reeleição.

É complicado. O Partido dos Trabalhadores, embora tenha se distanciado das propostas iniciais colocadas na mesa na eleiçãopresidencial de 1989 -  quando pretendia governar sozinho - ainda tem uma organização formal que funciona.

A “doutrina Lula” admite compor para administrar, mas não abre muitas exceções quando crises atingem o próprio partido.

Jorge Mario pode ainda estar procurando uma fórmula de sair do PT, levando embaixo do braço os R$ 120 milhões do PAC obtidos através de emendas de deputados petistas.

Também é complicado, porque muitas das obras pretendidas por sua administração não ficarão prontas antes do final do mandato.

Texto: José Attico

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