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domingo, 30 de março de 2014

Presidente da Abril aprovou compra da refinaria de Pasadena


domingo, 30 de março de 2014


Fábio Barbosa: e agora!?
(E agora? Como é que fica a rapaziada da Veja?)

A revista Veja passa por um momento curioso. Gostaria de ativar todo o seu poder de fogo para tentar desestabilizar, mais uma vez, a presidenta Dilma Rousseff, usando o caso da compra da refinaria em Pasadena, Texas, nos EUA, mas as coisas não correram tão bem assim.

É que a aquisição da refinaria, inicialmente em parceria com a Astra, petroleira belga que atua nos Estados Unidos, só foi decidida após uma consulta ao Conselho de Administração da empresa.

E foi aprovada, até com louvor, pelos membros desse Conselho, entre os quais está Fábio Barbosa, o presidente da Editora Abril, que edita a Veja!
“A proposta de compra de Pasadena estava inteiramente alinhada com o plano estratégico da empresa, e o valor da operação dentro dos parâmetros de mercado.”

 Como se lê, Barbosa não tergiversou no parecer e agora a Veja busca uma saída para explicar como acusar de fraudulenta uma compra aprovada por seu presidente.

É complicado. A sobrevivência da Abril depende, em parte, das verbas do governo de São Paulo – que compra milhões de revistas editadas pela Abril Educação para distribuir entre alunos e professores da rede estadual paulista.

Pois é. O presidente da empresa, assim como outros empresários de outros setores - o mais proeminente é Jorge Gerdau, dono do conglomerado de siderúrgicas Gerdau, que, aliás, também aprovou sem restrições a compra - deve ter se arrependido amargamente de ter aceitado participar do Conselho da Petrobrás.

Para tentar resolver o problema, a Veja escalou Reinaldo Azevedo, colunista pau pra toda obra, que a despeito da aprovação da compra de Pasadena ter sido recomenda pelo presidente da casa desancou a Petrobrás, pelo mesmo motivo. Pane geral na rapaziada.

A Veja não pode aprovar ações da Petrobrás petista, deixando a pé o PSDB de São Paulo.  A matéria escrita por Reinaldo Azevedo fica como opinião pessoal do palhaço da casa, mas atende às necessidades de seus leitores.
A referência - murmurada a boca pequena pelos colegas de redação - pode ser estendida ao Brasil bravo Arnaldo Jabor do grupo O Globo.

É gente escalada para eventualmente voltar atrás e desdizer tudo o que disse na coluna anterior. A direção da casa agradece. Jabor, aliás, fez a delícia de milhares de argentinos no episodio das manifestações de junho do ano passado.

A TV argentina descobriu que, em duas aparições seguidas no Jornal da Noite, Arnaldo Jabor desancou os manifestantes de junho do ano passado com adjetivos como baderneiros, irresponsáveis e outros de maior ou menor escalão para, na intervenção seguinte, no mesmo noticiário, voltar atrás e cobrir de elogios os baderneiros irresponsáveis de ontem.

Jabor e Reinaldo Azevedo ganham pra isso e, certamente não dão a mínima para o que normalmente chamamos de coerência. Ao fim e ao cabo tem o “leitinho das crianças”, o padrão de vida razoavelmente confortável na Zona Sul do Rio (ou nos jardins em São Paulo) e bola pra frente.

O palhaço da Veja já deu seu recado, seus leitores já esqueceram que o presidente da empresa cometeu uma gafe, mas é possível que a revista não insista no assunto com a força esperada por seus leitores.

Texto: José Attico

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