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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Teresópolis : o prefeito e a política



Rosa: voluntarioso?
O prefeito Arley Rosa vem sendo considerado por alguns de seus interlocutores como pessoa disposta a ouvir demandas e dar curso a soluções para os problemas do dia-a-dia na administração municipal.

É obvio que sua gestão não tem condições de transformar Teresópolis em uma cidade européia (de um país que não esteja sendo atingido pela recessão, que fique bem claro).


Por outro lado, Arley também é visto como “voluntarioso”, alguém capaz de tomar decisões intempestivas, o que, em geral, leva a pequenos desastres. O caso dos canapés seria, segundo esses interlocutores, produto dessa maneira de administrar.

É até mais ou menos natural que isso aconteça, porque o prefeito de Teresópolis é um neófito na política e na administração pública. Elegeu-se vereador, tornou-se presidente da Câmara depois de um imbróglio produzido por seu antecessor, Habib Tauk - que pretendia reeleger-se para o cargo. Arley Rosa, de repente, acabou prefeito com a morte do então vice Roberto Pinto.

Foi uma ascensão rápida e é bem possível que Rosa ainda não domine inteiramente ritos e manhas da gestão da prefeitura. E nem a maneira de conduzir a política local quando se está do outro lado do balcão.

Ou seja, é provável que o atual prefeito de Teresópolis ainda esteja começando a aprender como caminhar no cipoal em que se transformam as demandas da política num ano eleitoral.
Arley Rosa tem um trunfo poderoso. A administração que o antecedeu foi, talvez, a pior que a cidade conheceu em sua história.

Independentemente dos supostos desmandos, roubos e falcatruas cometidos, a passagem de Jorge Mario Sedlacek pela Prefeitura pode até ter começado bem, mas terminou com o prefeito escorraçado pela população, num movimento que não pôde ser contido nem mesmo por seus aliados de primeira hora.

Boa parte da reação se deve à total incapacidade de gestão de Sedlacek que produziu no contribuinte a sensação de uma cidade paralisada, com obras de maquiagem interrompidas.

Tudo isso, porém, não dá ao atual prefeito a certeza de que será novamente conduzido ao poder nas próximas eleições. Arley é um estranho para a classe média conservadora de Teresópolis, que tem reservas em relação a candidatos do interior.

Mas, embora bairros e comunidades da área urbana de Teresópolis concentrem a maioria dos eleitores, a tendência, pelo menos no momento, é que seus votos sejam fracionados entre três ou quatro candidatos , o que é bom para o atual prefeito.

Alguns nomes com poder de votos e entidades de classe da área urbana também já deixaram pra lá suas pretensões e aparentemente estão cerrando fileiras ao lado de Rosa. Não há muitas dúvidas de que o atual prefeito é o nome com maior visibilidade no momento.

O que não lhe dá nenhuma garantia de vitória. E mais: o “caso dos canapés” deveria servir como aprendizado. Não custa levar a sério a velha máxima segundo a qual “a mulher de César não precisa apenas ser honesta, mas também parecer honesta”.


Texto: José Attico

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