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quarta-feira, 12 de junho de 2019

Conteúdo do Intercept vira assombração para Lava Jato




Há um dado interessante a ser considerado no tsunami provocado pelas denúncias do site Intercept Brasil.

Ninguém contestou o conteúdo das conversas entre Moro e Dallagnol. O destaque foi para a forma como foram obtidas.

A grande mídia apontou suas baterias para a ilegalidade na captação dos diálogos, Moro e Dallagnol dizem que não fizeram nada demais e bola pra frente.

Pois é, a bola seria tocada pra frente sem maiores delongas – como foi no caso do telefonema entre Lula e Dilma Rousseff grampeado pela PF – se outros elementos não fossem adicionados ao imbróglio político.

Na opinião desse humilde escrevinhador não há fato jurídico capaz de se sobrepor ao fato social, ao fato político, histórico. Ou seja: as leis mudam de opinião ao sabor dos ventos do poder.

Um exemplo ainda próximo foi à capitulação vergonhosa de ministros do STF logo após o golpe do dia 1º de abril de 1964.

A constituição de 1946 teve o mesmo uso do papel higiênico. (Talvez não, porque tinha sido impressa em papel off set um tanto espesso).

Todo o chamado arcabouço jurídico, incluídas as cláusulas pétreas, seguiu em marcha batida para o esgoto e a rapaziada de plantão no STF passou a aprovar, com louvor, toda a legislação autoritária imposta pelos militares que chegaram ao Planalto. Inclusive a pena de morte, lembram?

Favorecido pelos ventos bolsonaristas, o então juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato deliberaram que o papel onde está impressa a Constituição de 1988 talvez possa ser utilizado para a mesma finalidade.

E é até possível que Moro ganhasse mais alguma condecoração pelo estupro da chamada Carta Magna, mas os tempos são outros.

Os primeiros meses de seu parceiro (e Criatura, porque não) à frente do Executivo estão sendo desastrosos e as imbecilidades explicitadas no dia a dia do Planalto – logo removidas pela ação de deputados e senadores – deixam a classe dominante de cabelo em pé, assustada com os rumos que vai tomando o país.

Obviamente banqueiros, grandes proprietários de terras, empresários, executivos de multinacionais desejam ardentemente jogar nos ombros dos segmentos mais pobres da população o peso de uma eventual recuperação da economia. (A aprovação da reforma da Previdência faz parte dessa pauta).  

Mas sabem também que isso não é tudo. A saída, estão carecas de saber, passa pela recuperação do emprego, e do mercado interno.

Ou seja, passa pela redução das desigualdades, tema não muito bem digerido por essa rapaziada.

Quando Bolsonaro pede a empresários que deem “um norte para o governo” (foi num encontro com lideranças da classe ontem em São Paulo) a classe dominante fica ainda mais certa do que já desconfiava: o Brasil é uma caravela que navega alegremente em direção á tempestade.

Infelizmente para Moro, Dallagnol & Cia o conteúdo do Intercept vai continuar assombrando suas vidas.











  

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